De um lado temos a crítica evangélica afirmando
ser pecado fabricar e prestar culto às imagens, baseada em ambas as Escrituras:
Antigo e Novo Testamentos. De outro lado os católicos se defendem dizendo que
não são idólatras, nem adoram as imagens, apenas veneram-nas, baseando-se para
isso, principalmente, na Tradição da Igreja Católica e em algumas poucas
passagens do Antigo Testamento.
Quem está com a razão? Os católicos, que afirmam
ser apenas de caráter pedagógico e decorativo o uso das imagens, ou os protestantes,
que afirmam ser antibíblico este ensinamento, vendo no argumento católico
apenas uma forma disfarçada de idolatria?
A palestra tem por objetivo mostrar através da
História a conflitante origem das imagens na igreja católica e principalmente
do ponto de vista das Escrituras Sagradas, a sua refutação.
AS IMAGENS COMO OBJETO DE CULTO NO PAGANISMO
O paganismo sobrevivia sob o suporte do visível e
do material, de representar Deus por meio da matéria, com todas as suas
cerimônias, rituais, imagens e muitos deuses intermediários. Era inconcebível à
mentalidade religiosa antiga conceber apenas um único deus e sem representações
visíveis.
A CONCEPÇÃO BÍBLICA DE DEUS
No livro de Êxodo 3.14, Deus se revelou a Moisés
como o grande “Eu Sou”. Ele é o Deus invisível e transcendente, que exige fé e
obediência do seu povo, pois: “ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura
alguma” (Deuteronômio 4:12). Adiante a advertência é reforçada um pouco mais,
conforme podemos observar: “Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois
nenhuma figura vistes no dia em que o Senhor, em Horebe, falou convosco do meio
do fogo” (v.15).
Portanto, Israel não poderia representá-lo em
hipótese alguma, disse Deus: “Para que não vos corrompais, e vos façais alguma
imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou
mulher”(v.16).
AS IMAGENS NA HISTORIA DA IGREJA
Na igreja pós-apostólica as imagens nunca tiveram
aceitação, fosse por parte dos membros ou dos bispos. Aliás, é notável o que o
escritor Stan-Michel Pellistrandi diz em seu livro, O cristianismo
primitivo, sobre a opinião dos Pais da Igreja a esse respeito: “A Igreja –
isto é, sua hierarquia e sua elite intelectual – durante longo tempo manifestou
uma hostilidade de princípios contra as formas de arte, consideradas como um
produto da civilização pagã, difíceis, se não impossíveis, de serem
cristianizadas. Sobre este ponto, os testemunhos dos autores eclesiásticos
antigos são unânimes”. Deste modo, o ensinamento unânime dos Padres dos
primeiros séculos, o qual a igreja de Roma se preza de respeitar e venerar, é
radicalmente adverso ao uso de imagens no culto. Adicionalmente, como notou
Agostinho, também os pagãos, salvo os muito incultos, não tomavam as imagens
como algo mais que representações; mas são precisamente tais representações o
que os escritores cristãos antigos proíbem como contrárias às Escrituras e,
portanto opostas ao cristianismo.
A TEOLOGIA DAS IMAGENS
No culto católico as imagens não são somente
ornamento litúrgico, são objeto de culto. a Igreja transformara os santos em
padroeiros e milagreiros, então tudo no santo possuía uma virtude, mesmo depois
de morto. As imagens desse santo, por sua vez, possuíam os mesmos poderes por
estarem em contato com suas relíquias.
A justificativa teológica para o culto às imagens
é a encarnação de Cristo. Deus se materializou, se fez carne, portanto, os
católicos se sentem justificados em fazer imagens materiais deste Deus. O culto
das imagens é chamado de veneração, dizem ser uma adoração relativa diferente
àquela prestada a Deus. Isso recebe o nome de dulia.
A suposta justificativa bíblica é retirada de
algumas passagens das Escrituras, onde Deus mandou Moisés ornamentar o
tabernáculo com figuras de animais, a construção da serpente de bronze e os
querubins do santíssimo lugar.
RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES
Deus mandou fazer imagens?
Argumento católico: As imagens católicas são como
os retratos de parentes.
Resposta apologética: Ninguém
jamais viu um protestante borrifando água-benta para santificar um retrato de
familiares, acendendo-lhe velas, prostrando-se perante ele, acariciando-o com
beijos, fazendo-lhe pedidos, carregando-o em procissões ou colocando-o nos
altares das igrejas. Expor tal fotografia a esses atos seria condenável aos
cristãos evangélicos. Ademais, ninguém jamais captou a imagem de Cristo ou de
Maria para saber as suas fisionomias.
Argumento católico:Deus mandou
Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Êxodo
25.18-20).
Resposta apologética:
A única finalidade dos querubins era ornamentar a Arca da Aliança, do mesmo
modo a que se destinavam os demais objetos do Tabernáculo. Eles não eram de
maneira alguma objetos de culto ou veneração.Deus nunca deu ordem a Moisés ou a
Arão para confeccionarem réplicas dessas imagens, a fim de serem distribuídas
ao povo, como faz a Igreja Católica com suas imagens sacras.
Argumento católico: Deus mandou
o povo construir uma imagem de uma serpente e olhar para ela.
Resposta apologética: A
serpente de bronze tão somente serviu, naquele momento, para fins específicos,
mas quando mais tarde o povo começou a venerá-la, prestando-lhe, quem sabe, um
culto de dulia, o piedoso rei Ezequias mandou quebrá-la, chamando-a de
“Neustã”, que significa, “pedaço de bronze” (Cf. 2Reis 18:4).
Conclusão
o culto que o catolicismo presta aos santos e a
Maria é, na prática, idolatria velada. A pessoa que estudar, ainda que
superficialmente, a Palavra de Deus constatará que as justificativas católicas
em favor do uso das imagens não passam de eufemismos piegas que não suportam um
confronto bíblico.
Fonte: CACP
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